Violência em Pará de Minas, ações da Câmara para apurar denúncias do ex-secretário de Gestão Pública contra a atual gestão e falta de segurança pública foram assuntos abordados no uso da tribuna pelos vereadores
A reunião prosseguiu com o uso da tribuna por alguns parlamentares, entre eles o vereador Ênio Talma, falando sobre a violência em Pará de Minas. “Com a proximidade que Pará de Minas tem com Belo Horizonte, querendo ou não nos tornamos parte da região metropolitana da grande BH e a violência da capital expandiu pra nossa cidade, saindo os benefícios e trazendo os problemas pra cá. Nossa população de bem, cada dia mais, sofre com essa situação e nos tornamos refém da bandidagem. Hoje, não podemos mais sair com a liberdade de antes, sentar numa pracinha, não podemos mais fazer uma seresta de madrugada e nem visitar amigos à noite. Pará de Minas ficou perigosa. No último domingo, no bairro Castelo Branco onde moro, aconteceu o assassinato de um comerciante muito trabalhador e honesto que chocou nossa cidade. Diante de fatos como estes procuramos culpados, mas eu digo que a culpa é da justiça, pois o criminoso é preso, mas as letras da justiça, a interpretação da lei permite que ele seja solto. Há um fator mais grave que é o dinheiro. Quem tem muito dinheiro sai mais rápido ainda da cadeia. Exemplos não faltam e podemos citar a situação em Brasília. Centenas de pessoas estão sendo investigadas, poucos são presos e após pagarem fiança ficam livres. O que eu peço à população de Pará de Minas é para ficar atenta e se prevenir”.
O vereador Marcão comentou sobre as denúncias feitas pelo do ex-secretário de Gestão Pública de Pará de Minas. “Fui muito procurado para falar sobre esse assunto, mas deixo bem claro que ainda não tive acesso às provas e peço que esqueçamos as siglas partidárias nesse momento, pois a população de Pará de Minas merece respeito. É necessário pontuarmos algumas questões e uma delas é que a aliança, amizade ou parceria entre o procurador do município, Júlio César e o ex-secretário Fernando Amaral não foi construída agora. Os dois foram coordenadores de campanha tanto para prefeito em nosso município quanto do próprio deputado Inácio Franco aqui na cidade. A Câmara tem a responsabilidade de averiguar essas situações. Não quero opinar quem está certo se é o procurador, se é o prefeito ou se é o ex-secretário. O certo é que essa documentação será entregue na Câmara e vamos apurar. Precisamos lembrar que o Timbé, além de cunhado do deputado Inácio Franco, foi secretário municipal por dez anos e aí eu deixo as perguntas: será que o secretário falou asneira? Será que ele não falou com consciência? Será que ele não colocou as palavras simplesmente por colocar com toda experiência e credibilidade que ele tem como secretário de Gestão Pública, nesses quase dez meses e de Governo por dez anos? Os dois participaram juntos da comissão de transição e dos trabalhos desde o início da gestão do prefeito Elias Diniz, isso nos deixa mais preocupados com o que pode chegar na Câmara com essas denúncias do Timbé, que foram seis ou sete. Tenho certeza que depois que o Timbé abrir a sua “caixa-preta” a Câmara Municipal, em sua totalidade vai averiguar essas informações, em respeito à população e ao servidor público que estão descrentes com tudo isso. O que me fez usar essa tribuna foi a omissão e descaso do prefeito que depois, de sete dias, não deu uma entrevista até agora, dizendo que vai averiguar essa situação. Isso é um desrespeito com a população que está descrente. Não recebemos a documentação da denúncia e a situação chegou a esse ponto porque o prefeito não deus satisfação, dizendo o que está ou não acontecendo. O nosso papel como vereador será feito que é o de fiscalizar com a criação da comissão especial e também com as demais comissões permanentes desta Casa. Depois dessas denúncias recebidas e concluída a fase de análise, se constatada alguma irregularidade teremos dois caminhos a seguir: a instauração de uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito com desdobramento em até 120 dias, podendo ser prorrogada por mais 60 dias ou a CEP – Comissão Especial Processante que é um processo mais rápido e está no âmbito do Legislativo e temos 90 dias para encerrar o caso. Mas, antes disso temos que receber as denúncias e apurá-las para sabermos o desenrolar dessa situação. Nossa esperança é que isso se resolva o mais rápido possível. A Câmara está aqui para averiguar todas denúncias que ocorram contra o poder público municipal”.
O vereador Rodrigo de Torneiros ressaltou a falta de segurança pública. “Minha fala está repetitiva, pois a situação continua a mesma quando o assunto é segurança pública. Venho cobrando isso aqui a meses. Tenho falado de segurança pública quase toda semana. Pará de Minas está cada dia mais violenta, infelizmente. Ninguém aguenta mais a falta de segurança, não só aqui como nos distritos e povoados. Mais um homem trabalhador e honesto executado friamente dentro do seu estabelecimento. É preciso elevar a companhia de polícia de Pará de Minas à categoria de batalhão. Sempre cobro aqui na tribuna de nossos deputados para unirem forças com as autoridades competentes e resolver essa grave questão. Uma outra solução é a reativação do posto policial de Torneiros, que é o maior distrito, com mais de três mil habitantes. Ainda temos a opção da instalação do sistema “Olho Vivo” que até agora não saiu do papel. A guarda municipal também não foi criada. Mais quantas pessoas terão que morrer em nossa cidade e nos nossos distritos para a administração fazer alguma coisa sobre segurança pública? Nossa população merece uma resposta urgente”.