Com o tema "Discriminação étnico-racial, a Câmara Municipal de Pará de Minas lançou na tarde desta terça-feira, 12 de março a edição 2019 do Parlamento Jovem de Minas. Três escolas do ensino médio participarão este ano, das atividades desenvolvidas. São elas: Escola Estadual Avany Villena Diniz, Escola Estadual Nossa Senhora Auxiliadora e Escola Estadual Manoel Batista.
Mas, o que é Discriminação? É toda e qualquer forma de restrição, distinção ou exclusão que tenha por base raça, gênero, cor da pele, origem nacional ou étnica, linha familiar, condição social, orienta-ção sexual, religião, valores culturais, deficiência, entre outros, que resulta em restrição ou até mes-mo anulação de direitos individuais. A discriminação racial tem origem longa e complicada, passando por massacres e processos seculares de escravização e segregação socioeconômico-cultural. É uma questão ainda não resolvida ou supe-rada no mundo. O Brasil não escapa a esse quadro, mas tem particularidades. A questão racial no nosso país está atrelada a traços de aparência fenotípicas (cor de pele e cabelo, formato de rosto ou nariz, etc) e não à questão da origem, parentesco ou consanguinidade. Isso vai exigir que nos descolemos de experi-ências e padrões estrangeiros para olharmos para a nossa realidade. Além disso, sabemos que, apesar de avanços na legislação e nas ações afirmativas como a política de cotas, diversos indicadores, dados e fatos mostram a ainda dura realidade de discriminação contra a população negra, indígena e cigana - para citar alguns exemplos. Tendo em vista tema tão complexo, a Coordenação Estadual do PJ Minas definiu três subtemas para orientar os estudos e as pesquisas que embasarão as oficinas temáticas realizadas com os jovens: Desigualdades socioeconômicas; Violências por motivo étnico-racial; Direitos às identidades e à diversidade cultural.
O evento de lançamento contou com a pré-estreia do documentário sobre a Lei nº 10.639, em prática nas escolas e seus reais frutos produzido pelo ator, professor e diretor de teatro Rony Morais. O do-cumentário tem o objetivo de inspirar educadores a desenvolver atividades relacionadas à africani-dade e à cultura negra nas escolas por meio de práticas vivenciadas com as artes cênicas. O intuito é que crianças e adolescentes tenham acesso a um universo cultural sobre o negro, muitas vezes, não apresentado devidamente na rede de ensino. Desde 2002, o professor Rony Morais desenvolve ati-vidades em escolas de periferia de Pará de Minas e, 17 anos depois, ex-alunos falam sobre o que isso gerou na formação deles como cidadãos brasileiros.
O presidente Dilé destacou a importância do tema, ressaltando que é necessário cada vez, mais dis-cutir a discriminação étnico-racial, visando atingir o maior de pessoas e diminuir a violência por esse motivo. "Nossos alunos discutirão as formas de enfrentar esse tipo de agressão, por meio de pales-tras e oficinas que serão ministradas pela coordenação da Escola do Legislativo Alfeu Silva Mendes, até no mês de maio. A partir daí os jovens se reunirão para debater as propostas elaboradas nessas atividades durante a plenária municipal que acontece em junho. Serão selecionadas as melhores pro-postas, que serão levadas à plenária regional. Nova seleção de propostas acontece e serão levadas à plenária estadual. Acreditamos no potencial que têm nossos e estamos confiantes neles".