O vereador Flávio Medina abriu a audiência com uma explanação sobre o atual cenário escolar e do empenho dos professores para ensinar nesta era digital, onde a tecnologia é uma concorrente desleal na hora de manter atenção dos alunos durante as aulas.
Os educadores relataram as dificuldades enfrentadas nas escolas e também as experiências que têm dado certo. Na escola de ensino médio no bairro Padre Libério, a professora Silvana fez um apelo para que a instituição receba atenção especial da superintendência regional de ensino, do conselho tutelar e até mesmo poder judiciário, para auxiliar no combate à guerra de gangues rivais, pois a tarefa de ensinar foi colocada de lado, na tentativa de solucionar a questão da violência, do tráfico e da falta de limite de uma parcela considerável de alunos.
Na escola Assis Viana, em Tavares, a diretora Cristiana relata uma realidade muita semelhante e pede o retorno da patrulha escolar. “Infelizmente ocorrências policiais, tiroteio e tráfico são situações rotineiras na escola. Clamamos aqui hoje que nossas vozes sejam ouvidas, que a patrulha escolar volte a funcionar, que ações punitivas sejam praticadas para garantir nossa segurança” pediu a diretora.
O vereador Marcos Aurélio enfatizou a necessidade de incluir na folha de pagamento dos professores a insalubridade. Segundo ele ensinar para alunos que não têm interesse e ainda desestabilizam o ambiente da sala de aula se tornou uma missão quase impossível. “Os professores estão adoecendo, pois deparam com alunos que buscam o rum, a vodca, o namoro precoce, sem falar no uso abusivo de celulares, que virou doença a ser tratada. Os pais não estão oferecendo base de família e nem impondo limites, deixando a função de educar somente para a escola”, afirmou.
A diretora Isabel, da escola Professora Izaltina Mendonça, no bairro Serra Verde pediu houvesse punição para alunos que usam uniforme, que não cumprem horários, vão para escola sem material. “É preciso que a reprovação seja permitida novamente nas escolas. A certeza da impunidade é garante essa força que tem hoje os estudantes. Temos recebido leis fora da realidade, elas nos chegam sem direito a questionamentos e com a ordem de ser cumpridas”, desabafou a diretora.
A professora Viviane, que dá aulas de educação física na escola Nossa Senhora Auxiliadora, relatou um projeto desenvolvido na instituição, que escolhe alunos com potencial para liderança e delegam funções para serem cumpridas junto aos colegas e professores, organizando o ambiente escolar. Segundo ela, 95% dos problemas envolvendo uso de celulares foram resolvidos, além de outras atividades que tem dado certo.
Membro do colegiado de pais, a professora Marilene da escola Fernando Otávio pediu que a partir da audiência fosse redigido um documento com todas as angústias e problemas expostos pelos educadores, solicitando a criação de normas rígidas para punir e reprovar estudantes que não querem aprender.
O vereador Flávio Medina se comprometeu com os presentes de convocar nova reunião com o colegiado, a secretaria municipal de educação, a superintendência regional de ensino e deputados de Pará de Minas, para redação do documento com as propostas, reclamações e sugestões e posteriormente enviá-lo ao novo governador de Minas, para que sejam tomadas as devidas providências.